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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

PEDRO NÚÑEZ

(  Venezuela  )

 

De Puerto La Cruz, Venezuela, 1949.

Promotor cultural que desde muito jovem formou e promoveu  vários círculos de leitores onde prevalecia a temática política.
Membro fundador do grupo teatral Ent 34 que funcionava em Caricuao, setor Ruiz Pineda.
Desde 1981 reside no Rstado Amazonas adotando a natureza, seus rios, a selva e os tepuis como fonte de inspiração.
Recebeu o prêmio Regional de Poesia no Festival do Amazonas em 1990.
 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

FESTIVAL MUNDIAL DE POESIA,  6to.  - ÁFRICA / AMÉRICA / ASIA / EUROPA / OCEANIA,  Antologia 2009.  Caracas: Casa Nacional de las Letras Andrés Bello, 2010.   372 p.
ISBN 978-980-214-221-00                   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

                                  Galeria selvática

                             La esmeralda galería
sabiamente susurra sus intensos verdores,
                                 en un aire mojado,
la lengua de brisa
tararea
la canción por las aves silbada
        la maraca chamánica hace burbujas
al moverse las hojas en los verdores…
acometidos pájaros en viajes de cometas
patinan de musgos los espacios,
engrosando mi pecho

Nosotros vertemos cantos aromáticos
de las canteras del alma
a avarienta brisa
lleva en briznas y hojarascas  
espantando los diablos
y  borrando las borrascas
hasta matarlas.

 Metros, escuadras, pantógrafos y leyes;
cárceles malbaratando el agua en las clepsidras
sin ver el lapislázuli cielo
o la escarcha de pantera, nocturnal
con su dije plateado;
este ambiente donde se tritura el verbo
con precisos escalímetros,
donde se cocinan blasfemias
para alimentar maldades…
¡Exorcismos…!
 

 

       La memoria

Ese film, blanco y negro de acetato,
se desmorona en relojes por sus bordes
y el sonido solo será oído por los sordos
que de sapiencia oyen;
el pulsar de sus cuadros,
cada vez mas arrítmicos 
al caer del farallón sin flores
en lluvia de rayones incómodos,
¿retocar…?
¡Imposible…!
no hay diestro para la tarea
nadie borda sin hilos
ni alma con lo liso.

Aquella tarde que morí
cuando dejé de ser círculo,
me convertí en una elipse
de puntas infinitas
como todo lo muerto…
Desenfocadas imágenes
aun donde la profundidad de campo cuente;
la lente sucia lamida por el tiempo la lía el polvo
y dejan de ser lisos los reflejos
se desgastan las formas,
las liba el aire en espejismos
dejando formas sin orillas;
orillas difuminadas de olvidos
miradas en el ápice de la perspectiva
sin lograr penetrarla.

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
 

 

                                  Galeria selvática

                             A esmeralda galería
sabiamente sussurra seus intensos verdores,
                                 em um ar molhado,
a líengua de brisa
cantarola
a canção pelas aves silvada
             a maraca chamânica cria bolhas
ao mover-se as folhas nos verdores…
acometidos pássaros em viagens de cometas
patinam de musgos os espaços,
engrossando meu peito

Nós vertemos cantos aromáticos
das pedreiras da alma
a avarenta brisa
leva em fiapos e folhas caídas
espantando os diabos
e apagando as rajadas
até matá-las.

 Metros, esquadrias, pantógrafos e leis;
cárceres malbaratando a água nas clepsidras
sem ver o lápis lázuli céu
ou a geada de pantera, noturnal
com seu dizer prateado;
este ambiente onde se tritura o verbo
com precisos escalímetros,
onde cozinham blasfêmias
para alimentar maldades…
Exorcismos…! 

 

       A memória

Esse filme, branco e negro de acetato,
se desmorona em relógios por suas arestas
e o som apenas será ouvido pelos surdos
que por sapiência ouvem;
o pulsar de seus quadros,
cada vez mais arrítmicos 
ao cair do penhasco sem flores
em chuva de rajadas incômodas,
retocar…?
¡Impossível…!
não há habilidade para a tarefa
ninguém borda sem fios
nem alma com o liso.

Naquela tarde em que morri
quando deixei de ser círculo,
me converti numa elipse
de pontas infinitas
como tudo o que é morto…
Desfocadas imagens
mesmo onde a profundidade de campo conte;
a lente suja lambida pelo tempo enrola no pó
e deixam de ser lisos os reflexos
se desgastam as formas,
sorvendo o ar em espelhismos
deixando formas sem margens;
margens borradas de olvidos
miradas no ápice da perspectiva
sem conseguir penetrá-la.

 

*

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Página publicada em abril de 2023


 

 

 
 
 
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